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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Pilares de um labor teológico


Por Jânsen Leiros Jr.

Seguimos em nosso propósito de tornar a teologia mais palatável a todo e qualquer interessado em seus temas, abordagens, e modo de enxergar a vida. E nesse impulso, precisamos lançar algumas bases que nos ajudem a, ainda que mantendo o frescor de uma argumentação acessível, sustentar e guiar nossas investigações pelo universo teológico.

Nesse aspecto, é preciso ter em mente que todo e qualquer empreendimento humano se sustenta em pressupostos ou intenções que norteiam tal empenho. No desenvolvimento de determinado projeto, o método é sempre um orientador importante, que estabelece as bases sobre as quais se definirá o modelo e a estruturação do que se pretende realizar.

No caso do estudo teológico, alguns aspectos devem servir de pilares para que o estudo não se perca de seu objetivo primordial, nem acabe por desviar-se de princípios elementares, próprios de um labor teológico.

Assim, ainda que eu tenha profunda resistência a afirmações quantitativas que estabeleçam a ideia de totalidade das possibilidades, destacamos cinco pilares que entendemos exigíveis:

1.  Pertinência

Ainda que a teologia se origine no tema e se desenvolva em direção ao texto bíblico que o sustenta, a análise desse mesmo texto e sua aplicabilidade na sustentação do pressuposto, não só não pode ser influenciada pelo objeto tese original, como também não pode ser sugestionada por qualquer outra conceituação filosófica, que desloque sua interpretação ou propósito central, adequando-o a ideologias outras.


2.  Contexto histórico
A tradição teológica pode ser considerada na análise de qualquer tema. Mas não deve ser considerada absoluta, ainda que a pretexto de uma apologética clássica e conservadora. Porém, a observação da interpretação teológica contextualizada em diferentes momentos da história, pode delinear conceitos de viés transcendente de percepções confiáveis.

 3.  Atualidade
Seja qual for a concepção teológica, suas verdades precisam ter aplicação e relevância contemporâneas. Suas afirmações precisam dialogar com as vertentes existenciais de sua época, sendo capazes de promover reflexão e fortalecimento da fé.




4.  Amplitude e profundidade
A superficialidade teológica é inaceitável na sua exposição, tanto quanto um raciocínio simplório no labor do teólogo. Uma vez iniciada a investigação, o teólogo só pode dar-se por satisfeito, quando todas as perguntas estiverem coerentemente respondidas, por argumentos aceitáveis ou não contraditórios. Ainda que o enunciado da afirmação teológica resuma bem o conteúdo comunicado, a sustentação precisa estar preparada para um aprofundamento eventualmente proposto.

5.  Coragem

A timidez não combina com a comunicação teológica. Menos ainda o medo do julgamento alheio ou da crítica de quem quer que seja. Todo o labor teológico tem em seu estímulo mais básico, um impulso profético. Assim, não é aceitável que o resultado desse esforço seja escondido pelo receio da impopularidade. Qualquer posicionamento firmado ensejará confrontação divergente.

Estes assim chamados pilares, deverão permear todo o exercício teológico que faremos daqui pra frente. E a eles sempre retornaremos, à medida que nossas próprias convicções necessitarem de validação quanto aos seus requerimentos.

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