Por Jânsen Leiros Jr.
Há
bem pouco tempo, fui apresentado a um grupo de católicos extremamente dedicado
à tarefa de sustentar os princípios da fé cristã, empenhando-se a difundir
conceitos e valores que, segundo eles, foram perdidos ao longo do tempo. Como
os conheci pessoalmente e vivenciei de perto a devoção de seus integrantes,
seria absurdo duvidar de suas excelentes intenções, e não reconhecer que a
iniciativa vem em um momento histórico extremamente pertinente.
Em
que pese estarmos caminhando perigosamente para fundamentalismos de toda sorte
e de diversas ideologias mundo afora, termos quem mantenha determinadas
bandeiras erguidas como que a nos lembrar de onde somos, quais nossos valores,
e no que é que acreditamos como sentido de existência, é importantíssimo. Isso
pode corrigir desvios e renovar propósitos, o que é necessário à toda bem-sucedida
caminhada. Por isso mesmo não posso deixar de ver com simpatia e por que não
dizer alegria, pessoas sinceramente interessadas em se colocarem na brecha.
Uma
de suas linhas de atuação, é a publicação de textos, livros e coletâneas
inspiradoras, com ensinamentos espargidos por renomados autores, quer sejam
sacerdotes de consagrada teologia e didática, quer expoentes da sociedade civil,
católicos, capazes de, apologeticamente, contribuírem para o cumprimento da
vocação dessa organização.
Em
algumas dessas publicações, como não poderia deixar de ser, e talvez por isso
não tenha me causado qualquer surpresa ou incômodo, há conteúdos que desafiam a
teologia protestante e sua interpretação do texto bíblico, havendo até mesmo
uma coleção intitulada Voltem
para Casa, que obviamente tem como meta trazer de volta à fé
católica, protestantes em geral que, bem-intencionados, apenas encontram-se
equivocados em suas crenças e entendimentos teológicos. Também nisso não
vejo qualquer problema. Todo grupo religioso tende a pretender, por vício de
ofício, que sua pregação seja capaz de convencer quem quer que seja, a seguir
pelo mesmo caminho que segue o grupo.
Ora,
no caminho de tal esforço é impossível que pontos divergentes entre nossas teologias,
deixem de ganhar destaque servindo de mote para debates, argumentações e confrontos
acalorados. De ambas as partes uma única convicção: a de que o lado mais
convincente, arrastará leitores, ouvintes, e até mesmo plateias.
É
importante ressaltar à essa altura da introdução nossa sequência de estudos, que
estamos apontando para divergências teológicas, não se fazendo qualquer juízo
de valor quanto ao caráter das ideias. Ou seja, discorreremos sobre questões importantes,
porém não ligadas diretamente à salvação, no que temos total convergência, a
saber: que Jesus,
o Cristo de Deus, é o nosso Salvador. E por que a ressalva?
Porque é preciso deixar claro que todo debate à frente, todo tema sobre o qual
iremos nos debruçar, será somente um importante, porém exclusivo exercício
teológico, e não pretende fechar questão sobre quaisquer outras circunstâncias,
que ao exercício elucubrativo e responsável não se restrinja.
Aos
beligerantes de plantão e arengadores de primeira hora, não estou sendo
camarada ou boa praça. Nem ao menos me aventurando a um hipotético concurso de
virtude. Apenas pretendo manter em alto nível e gentil o processo salutar do
confronto de ideias, sem que tais inevitáveis divergências nos coloquem em
posições opostas e eventualmente deselegantes. Ao contrário, a ideia será
sempre a de contribuir para um pensamento continuadamente apurado e direcionado
às melhores conclusões. Afinal, um só é o Senhor de todas as coisas. E isso
inclui a verdade absoluta. Já nós, tateamos, como quem enxerga por espelhos.
Mas um dia seremos apresentados a tudo. Até mesmo à verdade. Quer estejamos
perto ou longe dela.
Assim
sendo, a cada semana iremos apresentar um tema sobre o qual nos debruçaremos
dedicadamente aqui mesmo no blog. Além do texto, teremos conteúdos em nosso
canal, com participação de muitos companheiros de caminhada. Tenho certeza de
que você vai se interessar!
Particularmente
desejo que todos façam excelente uso desse conteúdo que disponibilizaremos. Que
seja oportunamente inspirador a todos, bem como inevitavelmente provocador,
àqueles que incessantemente buscam crescer na graça e no conhecimento do
nosso Deus.
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